sexta-feira, 30 de abril de 2010

ENSINO x LAPTOPS

Para ministro da Educação do Paraguai, laptops por aluno não resolvem aprendizagem

Amanda Cieglinski*
Da Agência Brasil
Em Foz do Iguaçu

Assim como Uruguai, Argentina e Brasil, o Paraguai também implementa um programa para distribuir laptops, que devem ser utilizados em sala de aula, a alunos da rede pública. Para o ministro da Educação paraguaio, Luis Alberto Riarte, o maior custo desse tipo de programa não é econômico. O esforço está em garantir a estrutura necessária para que os computadores tenham efeito no aprendizado.

“O custo real é deixar as escolas em condição para permitir a missão que temos. O erro que só comete é colocar a solução para o ensino no computador se não existe proposta pedagógica”, defendeu em encontro sobre educação na América Latina.

Na avaliação do ministro, é preciso primeiro garantir a estrutura física, as ferramentas para uso em sala de aula e principalmente a formação docente. “A situação é muito particular no Paraguai pela precariedade da infraestrutura de algumas escolas”, apontou.

O Paraguai irá produzir os computadores que serão utilizados pelos estudantes. Antes é preciso organizar a demanda de produção. “São 1 milhão de alunos e mais 90 mil docentes. Temos que repor as máquinas todo ano e seremos capazes de atender os alunos que entram anualmente no sistema escolar, são cerca de 50 mil ao ano”, explicou.

A distribuição dos computadores começará pelos professores. Riarte presenteou o ministro da Educação, Fernando Haddad, com um modelo do computador que será utilizado pelos alunos paraguais.

No Brasil, as máquinas do programa UCA (Um Computador por Aluno) começaram a ser distribuídas este ano. Serão atendidos 300 mil alunos em cerca de 85 escolas públicas.

Na Argentina, o governo irá distribuir 3 milhões de computadores para alunos do ensino médio. Já no Uruguai o governo conseguiu universalizar a ação para todos os estudantes da rede pública do ensino primário.

FONTE: www.uol.com.br

TODOS ENSINAM TUDA A NINGUÉM

''Por que aceitamos que professores de geografia ensinem química, de biologia ensinem inglês?''



A mesma preocupação da sociedade em garantir que profissionais da saúde exerçam apenas sua área de especialização deve ser aplicada para a educação, para impedir que professores lecionem disciplinas diferentes das que estudaram no ensino superior. A recomendação foi feita pelo movimento Todos pela Educação em debate sobre financiamento para o ensino, realizado nessa quarta-feira (28/04), em São Paulo (SP).

“Se você vai fazer uma cirurgia e te avisam: ‘o cirurgião faltou, mas temos um ótimo dermatologista disponível’, você não vai aceitar fazer a operação. Por que nas escolas aceitamos que professores de geografia ensinem química?”, questionou o presidente executivo do movimento Todos pela Educação, Mozart Neves. “A formação dos professores é o fator que mais interfere na qualidade do ensino”.

Este é um dilema num país em que a educação nunca foi tratada como prioridade, principalmente no estado do Ceará, onde o governo do estado, entrou com uma adin no STF contra o piso nacional dos professores.

Marcos Carvalho

ENEM 2010 ESTÁ COM DATA MARCADA

Enem 2010 será nos dias 6 e 7 de novembro


As provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2010 serão realizadas nos dias 6 e 7 de novembro. O MEC (Ministério da Educação) está fazendo os ajustes finais no calendário de avaliações, uma vez que a edição 2010 do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) está prevista para o dia 7 de novembro.

na edição de 2009 o enem contou com 4,2 milhões de inscritos e a previsão para a edição 2010 é de 6 milhões de inscritos.

Mais novidades podem surgir no enem 2010, como a inclusão de língua inglesa e espanhola.

Marcos carvalho.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

PRÊMIO PARA ESCOLAS

Reconhecimento

Prêmio vai dar até R$15 mil para escola com bom desempenho

Publicado em 28.04.2010, às 16h52

Do JC Online

Estão abertas até o dia 14 de maio as inscrições para o Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar – Ano Base 2009. Podem participar escolas públicas estaduais, municipais ou conveniadas que possuam mais de 100 alunos matriculados na educação básica. O prêmio é de R$ 15 mil.

As unidades de ensino devem enviar um dossiê com informações sobre atividades e projetos desenvolvidos nas escolas e sobre o processo de auto-avaliação. O material deve ser entregue na Secretaria da Educação do Estado para que a inscrição seja registrada nos comitês estaduais ou regionais de avaliação.

O prêmio é uma iniciativa do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

A escola classificada em primeiro lugar recebe R$ 15 mil. Também haverá outros prêmios, como viagens para os diretores. O regulamento completo da premiação está disponível no site do Consed.

29/04/2010 - 09h04

Ter uma "nota" incentiva as escolas a melhorarem qualidade da educação, avaliam especialistas

Karina Yamamoto*
Em Foz do Iguaçu

O fato de ter um índice que avalie a escola pode ajudar a melhorar a qualidade da educação na instituição. Entre os estabelecimentos que tiveram maior salto no Ideb entre as edições de 2005 e 2007, a motivação primeira para a melhora foi "o próprio Ideb", contou Maria do Pilar Lacerda. "Parece óbvio", disse a secretária da Educação Básica do MEC (Ministério da Educação). Mas, segundo ela explicou, os gestores passaram a ter parâmetros para medir a situação de suas escolas -- e com isso estabelecer metas de melhoria.

Desde sua criação em 2007, a percepção sobre o indicador mudou. "Hoje há uma expectativa [de quando os resultados vão sair]", diz Pilar. Os resultados de 2009 devem ser divulgados em junho -- o Ideb é calculado a cada dois anos.

"As escolas diziam: melhoramos quando conhecemos os resultados, isso nos motivou", disse Jorge Fasce, sobre algumas instituições que apresentaram aumento nos índice das avaliações nacionais da Argentina. Coordenador da área de avaliação do Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia daquele país, Fasce contou que algumas províncias de seu país preferem não abrir as "notas" das escolas enquanto outras usam justamente a divulgação para estimular mudanças. No BRasil, o MEC disponibiliza os dados de todas as escolas para o público.

Para Pilar, o fato de consolidar um indicador como o Ideb vai além das melhoras na escola. O índice, na opinião da secretária, tornou-se um instrumento de política pública. "Deixamos de ter um balizamento paroquial e clientelista e passamos a ter uma nova baliza institucional", disse. O MEC utiliza o Ideb como parâmetro para aporte de verbas e apoio pedagógico.

Qualidade da educação

Toda avaliação parte do que se quer medir e como essas habilidades e conhecimentos serão mensurados, explicou Reynaldo Fernandes, ex-presidente do Inep, autarquia do MEC responsável pelo Ideb e pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). "Incluir valores, como a socialização [entre o que se quer que o aluno aprenda na escola] é um debate a ser feito", ponderou Reynaldo. Atualmente a Prova Brasil, que compõe o Ideb juntamente com a taxa de reprovação, avalia a aprendizagem de habilidades cognitivas.

Reynaldo também avalia o impacto da avaliação na condução dos projetos pedagógicos: "o índice não chega com o diagnóstico [de onde a escola acertou ou falhou]". E, se a escola entende o propósito da avaliação, esse é um momento de reflexão.

O debate "O que avaliamos quando medimos a qualidade na educação?" faz parte da programação de um encontro latino-americano, que acontece de 28 a 30 de abril em Foz do Iguaçu.

*A jornalista viajou a convite do MEC (Ministério da Educação.

PEIA EM PROFESSORES

29/04/2010 (13:00)
ARTUR BRUNO DENUNCIA VIOLÊNCIA CONTRA PROFESSORES DE MARACANAÚ EM GREVE

Por: Luciano Augusto
FONTE: PORTAL:
cearaagora.com

O deputado Artur Bruno (PT) denunciou em pronunciamento na sessão desta quinta-feira (29) na Assembléia Legislativa, violência cometida por guardas municipais de Maracanaú contra professores que estão em greve, durante manifestação realizada em frente à Secretaria de Educação do Município, na noite da última terça-feira.

“Guarda Municipal é pra dar segurança à população, não é pra bater em professor. Respeite nossa categoria”, pediu Bruno, referindo-se ao prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa.

De acordo com o deputado, quando os professores estavam acampados em frente ao prédio da Secretaria, cerca de 15 guardas municipais chegaram agredindo, destruíram as barracas e um deles chegou a apontar uma arma para ameaçar os professores. Outro guarda jogou café na presidente do Sindicato dos Professores de Maracanaú e chamou-a de “nêga”. “A Constituição Federal diz que isso é racismo e racismo é crime é inafiançável, esse guarda tem que estar é na cadeia”, defendeu Bruno.

Na manhã de hoje, os professores, em greve desde o último dia 22, vieram a Assembleia para denunciar as agressões e pedir o apoio dos deputados às reivindicações da categoria, que incluem reajuste do piso de acordo com o aumento do repasse do Fundeb, que foi de 15,93%; implantação do piso em sua totalidade; eleição direta para diretor; revogação da lei que cria regime próprio da previdência e participação no conselho gestor do fundo previdenciário; fim da terceirização da merenda escolar, segurança e melhor qualidade nas escolas, além da retomada das negociações.

(Informações da assessoria de imprensa da AL)

terça-feira, 27 de abril de 2010

PROFESSOR x TECNOLOGIA

Professores devem ser mais bem preparados para lidar com tecnologia





O impacto das tecnologias da informação e da comunicação (TICs) na educação e a formação dos professores para lidar com essas novas ferramentas são temas debatidos em uma conferência internacional que começou hoje (27), em Brasília. O evento é uma parceria entre a representação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil, o Escritório Regional de Educação para a América Latina e o Caribe (Orealc/Unesco Santiago), e o MEC (Ministério da Educação).

Pela manhã, os participantes do primeiro dia de debates manifestaram preocupação com a complexidade da aplicação das tecnologias da informação na educação. Para o diretor do Orealc, Jorge Sequeira, não basta comprar computadores e permitir o uso dos equipamentos em salas de aula. Também é preciso capacitar professores e integrar a comunidade, de acordo com Sequeira.

"É preciso haver o acompanhamento dos impactos nos ambientes escolares. A Unesco está comprometida em investir e fazer o acompanhamento do governo, dos alunos, dos professores e da comunidade e propor formas para preparar melhor os docentes", destacou.

O representante da Unesco no Brasil, Vicent Defourny, disse que a escola do século 21 é conectada à internet, mas, ao mesmo tempo, precisa ter o foco nas pessoas e não apenas nos meios.

"A sociedade da informação precisa ser uma sociedade do conhecimento. A escola faz parte dessa sociedade do conhecimento. O cidadão deve ser visto não só como um processador da informação, mas um contribuidor da informação."

Defourny ressaltou que, no ambiente escolar, muitas vezes os alunos detêm mais conhecimento sobre as tecnologias de informação do que os próprios professores. "Hoje de várias formas temos alunos que sabem mais do que seus professores e isso é uma oportunidade de mudança, de transformação dos alunos em contribuidores na aprendizagem", ressaltou.

A Conferência Internacional Impactos das Tecnologias da Informação e da Comunicação na Educação termina amanhã (28), na sede do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A proposta dos organizadores é que o evento ocorra anualmente.

BANDA LARGA TÁ CHEGANDO

Cobertura de banda larga chegará a 92% das escolas brasileiras em 2010, diz secretário do MEC

Lisiane Wandscheer
Da Agência Brasil
Em Brasília

O secretário de Educação à Distância do MEC (Ministério da Educação), Carlos Bielshowsky, disse que até o final deste ano 92% das escolas brasileiras terão acesso à internet. Ele apresentou as ações do governo brasileiro para promover o acesso à inclusão digital e a capacitação de professores na área de tecnologia durante a Conferência Internacional – O Impacto das Tecnologias da Informação e da Comunicação na Educação.

“Fizemos um acordo com as operadoras de banda larga e até o final do ano 92% das escolas brasileiras terão acesso à internet, isto significa a inclusão digital de cerca de 35 milhões estudantes”, afirma Bielshowsky.

Segundo o secretário, o trabalho desenvolvido pelo MEC busca a “alfabetização digital” de professores e alunos, além de estimular a autonomia dos estudantes na formação do conhecimento através dos laboratórios de informática e de promover novas estratégias pedagógicas com o uso de conteúdos digitais na sala de aula.

“Queremos tornar a sala de aula menos aborrecida, mais atraente. Até o momento, implantamos laboratórios em 42.688 instituições, mas é idiotice fazer isso sem capacitar o professor e é isto que estamos fazendo. Em 2009 capacitamos 332.184 professores e faremos mais este ano”, destaca.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

SELEÇÃO PARA O TIMOR-LESTE

Capes seleciona professores para atuação no Timor-Leste

Estão abertas as inscrições para mais uma edição do Programa de Qualificação de Docente e Ensino de Língua Portuguesa no Timor-Leste. Ao todo, serão oferecidas 15 bolsas para professores brasileiros interessados em contribuir com a formação de timorenses. As candidaturas podem ser realizadas até dia 15 de maio no site da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Há oportunidades nas áreas de Matemática, Física, Química, Pedagogia, Letras, Linguística, Educação Científica e Tecnológica e Geografia. Para participar, é preciso ter nacionalidade brasileira, diploma de nível superior e experiência comprovada em uma das áreas relacionadas ao edital. A seleção dará preferência a professores da rede pública.

Além do Formulário de Inscrição devidamente preenchido, os candidatos devem apresentar o currículo na Plataforma Lattes, cópia do diploma acadêmico e certificado médico de saúde física e mental. Será exigida ainda a apresentação de uma justificativa para a participação no programa.

O processo seletivo será composto por análise da consistência documental, avaliação curricular e entrevista. Os aprovados terão direito a bolsa no valor de 1,3 mil euros, seguro saúde, passagem aérea de ida e volta e auxílio instalação. As atividades deverão ter início em agosto deste ano e terão duração de até oito meses.

Mais informações podem ser obtidas por meio do edital do programa no site da Capes.

ESCOLHA SUA PROFISSÃO E ESTUDE MAIS

Escolher a profissão ajuda a motivar estudos; especialista dá dicas para decidir

Ana Okada
Em São Paulo
Atualizada às 8h15

Por que adolescentes gostam de estudar ouvindo música e de falar durante a aula? Comportamentos considerados como parte da "rebeldia" da juventude podem ser explicados pelas mudanças biológicas que estão em curso nesta fase da vida. De acordo com o psicólogo e orientador educacional Ivo Carraro, "na puberdade, que ocorre entre os 10 e os 13 anos, o corpo cresce rapidamente e entram em ação os hormônios da puberdade. Para dar conta disso, o cérebro se transforma". As transformações só terminam aos 30 anos.

Essas mudanças podem fazer com que o estudante com mais de 13 anos tenha dificuldade para reter os conhecimentos. "Ele age por impulsos emocionais, não mede as consequências dos atos, muda muito de opinião e tem dificuldade para se colocar no lugar de outras pessoas [por isso conversa mais durante as aulas, por exemplo]", explica.

Outra diferença importante no cérebro é a diminuição no sistema de recompensas. "Nessa fase, o estudante tem que ter um estímulo externo bem maior para que tenha a sensação de prazer; daí vem o gosto em ouvir música alta e ir em baladas", diz Carraro.

A pergunta que fica é a seguinte: como estimular os jovens dessa faixa etária a estudar? O estímulo do adolescente será natural quando os estudos forem uma fonte de prazer. E isso ocorrerá, segundo o professor, quando o jovem souber que carreira pretende seguir no futuro. "Ele tem que saber onde quer chegar, ter um projeto de vida, pois quem não tem destino acaba se perdendo", pondera.

O docente enumera algumas dicas para os adolescentes decidirem qual profissão seguir; confira:

  • Conhecimento: "O jovem deve buscar informações a respeito das profissões e cursos que lhe interessam, falar com profissionais da área, ver se serão ocupações prazerosas para eles e, principalmente ter autoconhecimento [para definirem o que querem]";

  • Plano: Depois que escolheu a profissão, é preciso verificar o que é necessário fazer para entrar na faculdade em que se quer estudar. "Com isso, ele estrutura o cérebro para conseguir o que quer", explica o professor

  • Gosto: o professor ressalta, no entanto, que não basta escolher uma carreira. "É preciso gostar de percorrer o caminho. Quando as pessoas gostam do que fazem, automaticamente, estruturam o intelecto, a razão, e aí ocorre o crescimento humano", diz;

  • Carraro, que orienta cerca de mil estudantes por ano em Curitiba, conta que é possível dividir esse contingente em três tipos: Há aqueles que já sabem o que querem e tem uma dúvida ou outra; aqueles que tem bastante dúvidas; ou, ainda, aqueles que não tem a menor ideia do que pretendem fazer no futuro. Segundo o docente, a dificuldade em escolher vem do fato de que, no século XX, foram criadas muitas profissões. "O grande desafio é escutar as pessoas e tomar a decisão por conta própria", diz.

    E o que fazer quando o jovem ainda não conseguiu escolher a profissão? Segundo o professor, esse estudante não pode perder o foco e deve compreender a finalidade da escola: "O aluno tem que ter disciplina para assimilar o que a escola apresenta e construir autonomia para que ele consiga tomar a decisão da profissão", explica. "Ele tem que encontrar sentido em sair de casa e dirigir-se à sua escola", completa.

    FONTE: www.vestibular.uol.com.br

    sábado, 24 de abril de 2010

    EVASÃO ESCOLAR: A PEDRA NO SAPATO

    Edição 007 | Abril/Maio 2010 | Título original: Como combater o abandono e a evasão escolar

    Ninguém fica de fora

    Saiba como você, gestor, pode proceder para combater a evasão e garantir a presença de todos os alunos na sala de aula

    Noêmia Lopes (gestao@atleitor.com.br)

    Página 1 2

    Continue lendo

    FONTE: revistaescola.abril.uol.com.br

    quarta-feira, 21 de abril de 2010

    VALE APENA ESTA MATÉRIA SOBRE TEMPO INTEGRAL NAS ESCOLAS.
    É UM TEMA MUITO DISCUTIDO E QUE PRECISA SER SOCIALIZADO AINDA MAIS.
    ESTE TEXTO É DA REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 156.
    LEIA- - DISCUTA - OPINE - COMENTE.



    Mais tempo para quê?

    Cada vez mais, a educação integral ganha adeptos entre os formuladores de políticas públicas e especialistas em educação. Nem sempre, no entanto, todos a veem da mesma forma
    Gabriel Jareta

    Um dos mais marcantes episódios de violência em ambiente escolar ocorrido nos últimos anos no Brasil se deu em um tradicional colégio público de São Paulo, frequentado por um pequeno número de alunos e localizado em área central da cidade. Na manhã de 12 de novembro de 2008, a então quase centenária Escola Estadual Amadeu Amaral, no Belém, foi varrida por uma onda de violência que ninguém sabe ao certo como começou: cadeiras e carteiras foram arremessadas, vidros destruídos, alunas rivais engalfinharam-se e os professores, com medo, fecharam-se em uma sala até a chegada da Polícia Militar, que, segundo relatos, só conseguiu apaziguar os ânimos na base do cassetete. Naquela mesma semana, atos isolados de vandalismo - como vidros quebrados e episódios de agressão - já indicavam o
    quanto o clima na escola estava se tornando insustentável.

    Pouco menos de um mês depois, durante o anúncio de uma proposta antiviolência na Assembleia Legislativa de São Paulo motivada pelos eventos na Amadeu Amaral, a então secretária estadual de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, ressaltou um ponto fundamental, que até então era apenas uma nota de rodapé nos relatos sobre a onda de vandalismo: a escola era uma das cerca de 400 que adotaram o regime de tempo integral proposto pelo governo estadual, com previsão de nove horas diárias de aulas relacionadas ao currículo básico, atividades esportivas, artes, leitura, empreendedorismo e uma série de oficinas voltadas para a melhoria da aprendizagem e o crescimento pessoal e intelectual. Talvez por isso, como relatou a Folha de S.Paulo dias depois, a ex-secretária tenha questionado com tanta ênfase como a escola Amadeu Amaral tenha chegado àquela situação dramática.

    Embora seja um exemplo extremo - a exceção, e não a regra - o caso ocorrido na tradicional escola da zona leste de São Paulo insere mais um ingrediente em uma discussão complexa: ao se falar em educação integral, está claro para especialistas que aumentar o tempo do aluno na sala de aula não é, por si só, capaz de transformar para melhor as experiências escolares. Por outro lado, se a educação integral exige, na teoria, mais tempo disponível de alunos e professores, como preencher essas horas a mais com atividades conectadas ao currículo básico, não apenas tornando-as um momento "livre" para jogar bola, usar o computador sem supervisão, adiantar a tarefa de casa ou ficar à toa no pátio esperando a hora de ir pra casa?

    "A educação integral não é simplesmente estender o horário", diz Maria do Carmo Brant de Carvalho, superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), organização que assessora projetos em educação pública. "Na educação integral, o aluno precisa ter garantidas também as educações afetiva, moral, esportiva. Não é só a educação cognitiva, mas de várias dimensões", explica. Segundo ela, a média de horas de estudo nas escolas brasileiras públicas é hoje de quatro horas - muito pouco para dar conta de todas essas dimensões.

    O entendimento da educação integral como uma formação em várias esferas também é defendido pela professora Janaína Specht da Silva Menezes, diretora da Faculdade de Educação da Unirio. "(A educação integral) é a busca da formação nas suas multidimensões: psicológica, afetiva e política, entre outras possíveis. É possibilitar que os alunos tenham acesso a condições que jamais teriam se permanecessem voltados apenas para o currículo tradicional", diz ela, que é também integrante do Núcleo de Estudos - Tempos, Espaços e Educação Integral (Neephi), formado por pesquisadores de diversas instituições de ensino superior do país. Isso não quer dizer, porém, que a educação integral poderia ser implantada sem ampliação da jornada. Não por acaso, o mapeamento realizado pelo Neephi a respeito do assunto foi batizado "Educação integral/educação integrada e(m) tempo integral: concepções e práticas na educação brasileira".

    Para Vitor Henrique Paro, professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (Feusp), a diferenciação precisa ser feita para que não se confunda a educação integral com a educação "em tempo integral", puramente a ampliação do tempo em que a criança ou o adolescente permanece na escola. O que já é ruim, segundo ele, seria apenas ruim por mais tempo. "Dobrar o tempo dessa escola é criminoso, é sacrificar duas vezes a criança", afirma.

    Ainda assim, números do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) indicam que mais tempo na escola pode garantir melhor aproveitamento nas disciplinas regulares: a cada hora adicional de estudo, diz a pesquisa, o desempenho dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) aumenta 2,5 pontos percentuais, em uma escala que vai de 0 a 500. Foram analisados no estudo dados de alunos de 4ª série nos anos de 1999, 2001 e 2003. Pela legislação, a carga horária mínima para que a educação seja considerada de "tempo integral" é de sete horas.

    Mesmo esse período de tempo deve ser observado, para que as horas a mais na escola não acabem privando a criança do ambiente familiar por mais tempo que o necessário. Em sua análise sobre o mapeamento realizado pelo Neephi, Maria do Carmo afirma que as crianças e adolescentes precisam de um "tempo doméstico de direito à socialização, proteção e convívio familiar". As aulas de segunda a sexta-feira também precisam prever uma janela de "folga", para compromissos externos, como uma consulta médica. "Alguns outros países com tradição na opção pelo tempo integral liberam meio período de um dia da semana para a convivência e compromissos domésticos", afirma.

    Oficinas de teatro e artes estão entre as mais adotadas pelas redes que optam por atividades para o contraturno, como é o caso de Sorocaba (SP)
    Agenda pública
    No Brasil, embora o conceito de educação integral já fizesse parte do debate sobre a educação desde a década de 1930, principalmente com o educador Anísio Teixeira, as experiências públicas foram isoladas e se concentraram em projetos experimentais, como o Centro Educacional Carneiro Ribeiro, implantado em Salvador em 1953, ou em iniciativas que não tiveram a continuidade desejada, como no caso dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) - os populares "Brizolões" - no Rio de Janeiro da década de 1980. (leia texto nas páginas 26 e 27).

    Nos últimos anos, porém, esse movimento em busca da educação integral vem ganhando força nas redes públicas por meio de programas estaduais de estímulo à ampliação da jornada e, principalmente, do programa Mais Educação, do governo federal, que prevê acréscimo de repasses para a implantação de uma jornada mínima de sete horas, com a previsão de atividades de no mínimo três dos dez macrocampos estabelecidos pelo governo federal: acompanhamento pedagógico (obrigatório); meio ambiente; esporte e lazer; direitos humanos em educação; cultura e arte; inclusão digital; prevenção e promoção da saúde; educomunicação; educação científica; e educação econômica e cidadania. Dentro destes macrocampos é possível estabelecer atividades tão díspares quanto tae-kwon-do e rádio escolar, passando por grafite e história em quadrinhos, entre muitas outras. Os recursos chegam por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

    De acordo com a diretora da Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania do Ministério da Educação, Jaqueline Moll, o programa Mais Educação é o meio de colocar em prática algumas propostas que estão presentes na Constituição de 1988, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que visam o aumento da jornada escolar e a consolidação do acesso aos direitos básicos da criança e do jovem. "Há muitas tarefas pendentes na educação brasileira. A ampliação da jornada é uma condição fundamental para democratizar o acesso à cultura e uma maneira de diminuir as diferenças sociais", aponta.

    O esporte é um dos macrocampos do programa Mais Educação
    De fato, o que as escolas públicas com jornada ampliada passaram a fazer agora é correr atrás de um modelo consolidado na educação privada há muito tempo, o de oferecer aulas de reforço, línguas ou esportes como um "adicional" às aulas regulares, no mais das vezes no contraturno. Para Jaqueline, porém, esse adicional deve sempre caminhar lado a lado com o currículo básico, sob risco de repetir erros anteriores, como a fragmentação do ensino e, em última instância, a descontinuidade das políticas voltadas para a educação integral. "Não queremos só um tempo complementar, mas um currículo para mais e para melhor", diz.

    Na opinião de Maria do Carmo, do Cenpec, a discussão sobre a educação integral entrou em definitivo na "agenda pública". Segundo ela, algumas redes municipais de grande porte, como Belo Horizonte e Sorocaba, por exemplo, são modelos a serem seguidos na aplicação da educação integral, o que mostra que é possível implantar esse novo modelo de maneira ampla e abranger, especialmente, as camadas mais baixas e vulneráveis. "Conseguimos universalizar o acesso à educação, mas ainda falta conseguirmos universalizar o sucesso. A educação integral traz uma série de medidas para melhorar a aprendizagem", compara.

    Mapa diversificado
    Atualmente, 500 municípios brasileiros aplicam, de alguma forma, a jornada escolar ampliada, segundo mostra a pesquisa realizada pelo Neephi a pedido do MEC e divulgada em 2009. Para chegar a esse número, os pesquisadores analisaram questionários respondidos por dirigentes educacionais de 2.112 cidades brasileiras (38% do total de 5.564), que relataram alguma experiência do tipo em âmbito municipal. Os demais municípios responderam o questionário. "Na maioria dos municípios, as experiências são muito recentes. Só agora a educação integral está tomando forma em termos nacionais", afirma Janaína, da Unirio, que atribui esse movimento aos recursos destinados pelo Fundeb ao projeto Mais Educação. "O dinheiro é um grande estímulo. Muitos municípios já tinham o objetivo de implantar (a educação integral), mas não havia financiamento", completa.

    De acordo com o mapeamento, os estados com maior número de municípios com experiências de jornada ampliada são Rio de Janeiro, Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Pernambuco. Por outro lado, Amazonas, Pará, Tocantins e Sergipe foram os que apresentaram menor quantidade. A pesquisa também calcula que cerca de 1,1 milhão de alunos em todo o Brasil estão em jornada ampliada. Um número pequeno quando comparado ao total de alunos da Educação Básica, de 52,5 milhões de alunos (cerca de 2% do total). Já em relação à carga horária, 55,5% das experiências ocorrem em períodos de sete horas diárias ou mais, o mínimo estabelecido por lei. A grande maioria das experiências estava sendo realizada no turno contrário - e em apenas 10,9% dos casos eram mescladas às aulas regulares.

    O mapeamento também investigou quais atividades estavam sendo desenvolvidas durante o período de jornada ampliada - cada experiência reunia uma média de seis atividades diferentes. As duas principais modalidades eram relacionadas à prática de esportes (em 65% dos casos) e a aulas de reforço (61%). Em seguida, as principais atividades relatadas foram música, dança, teatro, informática, oficinas temáticas, artesanato e tarefas de casa, entre outras. No campo "outras atividades", muitos ainda relataram projetos ligados ao meio ambiente, como reciclagem, atividades pedagógico-culturais relacionadas à leitura e literatura e o cultivo de hortas e jardins.

    Para a professora Janaína, essa diversidade de temas deve ser aproveitada sempre para enriquecer o currículo regular. "Algumas escolas possibilitam o 'aluno de tempo integral', o que é diferente da formação integral. Neste caso, o currículo deve ser pensado relacionando as atividades, em que o professor de esportes, por exemplo, vai trabalhar com o de matemática", explica. Por isso, diz ela, o projeto político-pedagógico precisa dar conta de estabelecer muito bem essas relações de atividades, assim como as relações entre os turnos. "As atividades não podem estar desconectadas do currículo".

    A psicopedagoga Evelise Maria Labatut Portilho, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR), também alerta para o risco de as atividades do horário ampliado permanecerem isoladas em relação às disciplinas básicas, como português e matemática. "Se a atividade de manhã é apenas centrada nos conteúdos e à tarde é mais lúdica, sem integração entre elas, então essa educação está fragmentada. O conceito de educação integral está perdido", afirma.

    Em vista disso, defende que o currículo deve ser pensado de maneira ampla, envolvendo os dois períodos dentro do planejamento. "Uma atividade artística, como a pintura, deve sempre estar conectada ao que foi visto antes", aponta. Para exemplificar esse ponto de vista, Evelise chama a atenção para as atividades que são oferecidas em contraturno em muitas escolas privadas - como esportes ou línguas estrangeiras - e que não podem ser consideradas "educação integral". "Muitos pais trabalham e não podem deixar os filhos com a avó ou a empregada, então deixam na escola. De manhã é aula e à tarde vira um playground. Não é disso que estamos falando", diz.

    Muros mais baixos
    Para uma vertente dos defensores da educação integral, ela não precisa, necessariamente, ser realizada dentro da escola. Pelo contrário. Eles defendem que o conceito de educação integral prevê que o processo de conhecimento e aprendizagem contemple uma apropriação do espaço público como um todo, com apoio comunitário - uma das bases da ideia das Cidades Educadoras (leia mais nas páginas 30 e 31). Para isso, cada vez mais as escolas que procuram uma formação integral para seus alunos dialogam com parques, museus, igrejas, clubes, ONGs ou a espaços públicos diversos. É o que defende Maria do Carmo, do Cenpec, para quem a educação não pode ser circunscrita à sala de aula. "Temos lutado para que não seja preciso ampliar muito o tempo (de escola), mas sim circular nos espaços da própria comunidade", diz.

    O conceito de espaço é importante na medida em que permite demonstrar que não só o conteúdo básico, mas também as outras dimensões de aprendizagem que fazem parte da ideia de educação integral podem ser transmitidos em qualquer contexto. "É possível aprender em qualquer espaço, tanto formal quanto informal", diz Evelise, da PUC/PR. Já na opinião de Jaqueline, do MEC, um projeto de educação integral tem o dever de diminuir os muros da escola e aproveitar os espaços públicos. "O espaço urbano é muito rico, permite o acesso a bens culturais a que muitos (alunos) da periferia não teriam acesso", diz ela, lembrando que as aulas em praças compõem uma ideia que remete ao filósofo Platão. "Não adianta as escolas ficarem de costas para a comunidade", diz.

    Janaína, da Unirio, explica que a educação em ambiente externo desenvolve na criança a importância do senso de comunidade e favorece, do ponto de vista da aprendizagem, a correlação entre conteúdos. "Uma aula de canto em uma igreja, por exemplo, pode facilitar o estudo de aspectos históricos ou matemáticos por meio da arquitetura. Essa perspectiva de ampliação das possibilidades pede formação em teatros, em museus", diz. Na prática, o mapeamento realizado pelo Neephi mostra que a sala de aula é, ainda, o local mais utilizado para a prática de atividades em jornada ampliada. Na escola, os outros principais locais citados foram o pátio, a quadra de esportes e a biblioteca. Fora dela, o local preferido para as atividades são quadras/campos de futebol, seguido por praças/parques, bibliotecas, espaço de outras secretarias, clubes e associações comunitárias.

    Mesmo o papel do professor passa por mudanças quando se fala em educação integral. Além da necessidade de integrar currículos, o que faz com que seja necessário estreitar o contato entre os docentes, a escola passa a ser palco de ação de educadores da própria comunidade, muitas vezes de forma voluntária, ou dos chamados "oficineiros", responsáveis por conduzir projetos específicos. Ainda que o professor continue sendo o principal responsável pelas atividades em jornada ampliada, o mapeamento do
    Neephi mostra a presença de estagiários, voluntários, funcionários de ONGs e agentes culturais, entre outros.

    Jaqueline, do MEC, diz que a presença de estudantes universitários e pessoas da comunidade faz parte da ideia de educação integral defendida pelo governo. "É desejável que o pessoal do cinema, do teatro, da dança entre na escola, não para tomar o lugar do professor, mas para enriquecer a prática", diz. Além disso, a universidade também precisa estar preparada para dar respostas às demandas dessa proposta educacional na formação docente. Vitor Paro, da USP, resume a questão: "A educação integral se faz na sociedade, a criança não depende apenas do educador. Precisamos superar esse modelo de escola que já dura 300 anos", diz.

    Para além dos ideais educacionais que deveríamos perseguir, resta, no entanto, uma questão de fundo em relação às estratégias a serem escolhidas pela educação pública brasileira para materializar estes mesmos ideais. Sabendo-se, em função dos números apurados pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que o custo/aluno/ano eleva-se em até 60% para a adoção da jornada estendida, vale mais a pena investir no aumento desse tipo de oferta ou na consolidação dos turnos existentes em bases mais aceitáveis, provendo infraestrutura física e humana para seu funcionamento? Se as duas coisas puderem ser feitas ao mesmo tempo, excelente. Caso não, é preciso que se discutam prioridades.

    A origem do conceito

    Por mais que pareça um assunto contemporâneo, a concepção de escola integral ou educação integral remonta à Antiguidade clássica, mais precisamente ao conceito de educação da Grécia Antiga, que buscava uma formação do homem como um todo: estético, moral, ético, metafísico, físico. De acordo com a pesquisadora Lígia Martha Coimbra da Costa Coelho, em seu artigo "História(s) da Educação Integral", publicado no periódico Em Aberto nº 80, "esse modo (dos gregos) de ver e perceber a formação do homem corresponde à natureza do que denominamos de educação integral: uma perspectiva que não hierarquiza experiências, saberes, conhecimentos". Ainda em seu artigo, a pesquisadora aponta que a educação integral só voltou a ser discutida de maneira mais organizada a partir do século 18, à luz dos ideais da Revolução Francesa, e recebeu contribuições teóricas e práticas ao longo dos dois séculos seguintes, com pensadores como o anarquista Mikhail Bakunin, ou, no Brasil, Anísio Teixeira, passando pela ideia de formação defendida pelos integralistas na década de 1930: "espiritualidade, o nacionalismo cívico e a disciplina".

    Foi em Salvador que foi colocada em prática a primeira experiência a partir da concepção de ensino integral de Anísio Teixeira, baseada não só na aprendizagem dos conteúdos básicos, mas também de ofícios e no oferecimento de alimentação e hábitos de saúde adequados. O Centro Educacional Carneiro Ribeiro, implantado em 1953, tinha como objetivo promover uma formação completa em um ambiente escolar que compartilhava espaço com a chamada Escola-Parque, com pavilhões dedicados ao esporte, biblioteca, restaurante e outros equipamentos de lazer e de cunho social. A experiência, porém, permaneceu isolada.

    Entre os anos de 1984 e 1994, foram construídos no Rio de Janeiro cerca de 500 Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), projetados por Oscar Niemeyer e concebidos pelo então secretário de Educação Darcy Ribeiro para funcionar das 8h às 17h e atender, especialmente, as crianças de classes mais carentes. Os centros, que previam um espaço comum tanto para as atividades escolares regulares como para as atividades extras, ficaram conhecidos por "Brizolões", pois foram criados durante a gestão do então governador Leonel Brizola. No início da década de 1990, as novas unidades passaram a ser denominadas Ciacs (Centros Integrados de Atendimento à Criança) e depois Caics (Centros de Atenção Integral às Crianças).

    LEGIÃO URBANA CANTA BRASÍLIA

    50 ANOS DE BRASÍLIA -

    CONHEÇA A CAPITAL DO BRASIL COM LEGIÃO URBANA


    Brasília completa 50 anos hoje. O delírio de Juscelino, Niemeyer e Lúcio Costa concretizado no Planalto Central está sendo lembrado em cadernos especiais dos jornais, programas de TV, exposições e vários outros eventos. Todos certamente mencionarão as belezas arquitetônicas, relembrarão a dureza da construção, a modernidade dos projetos e planos e também os desvios e problemas que a capital acumulou ao longo das cinco décadas apesar de todo o planejamento.

    Uma das melhores descrições de Brasília é outro delírio. Escrita anos antes, chegou ao conhecimento do público em 1987 em forma de canção. Em vez de exaltação, trazia um relato cru da saga de um personagem imigrante pelos lugares menos nobres da capital federal: as cidades satélites.

    Com seus mais de nove minutos de duração, “Faroeste Caboclo” foi uns dos maiores sucessos daquele ano. Gente que nunca botou o pé em Brasília e tinha como única referência da cidade os palácios e ministérios que aparecem na TV de repente tinha na ponta da língua os lugares mais improváveis da cidade.

    No mapa abaixo, é possível conhecer os lugares citados na música do Legião Urbana.

    santocristo_mapa

    Clique no mapa para ver a localização e a descrição dos lugares

    Faroeste Caboclo (clique para ouvir)

    (Renato Russo)

    - Não tinha medo o tal João de Santo Cristo,
    Era o que todos diziam quando ele se perdeu.
    Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda
    Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu.
    Quando criança só pensava em ser bandido,
    Ainda mais quando com um tiro de um soldado o pai morreu
    Era o terror da cercania onde morava
    E na escola até o professor com ele aprendeu.

    Ia pra igreja só pra roubar o dinheiro
    Que as velhinhas colocavam na caixinha do altar.
    Sentia mesmo que era mesmo diferente
    Sentia que aquilo ali não era o seu lugar
    Ele queria sair para ver o mar
    E as coisas que ele via na televisão
    Juntou dinheiro para poder viajar
    E de escolha própria, escolheu a solidão

    Comia todas as menininhas da cidade
    De tanto brincar de médico, aos doze era professor.
    Aos quinze, foi mandado para o reformatório
    Onde aumentou seu ódio diante de tanto terror.

    Não entendia como a vida funcionava -
    Discriminação por causa da sua classe ou sua cor
    Ficou cansado de tentar achar resposta
    E comprou uma passagem, foi direto a Salvador.

    E lá chegando foi tomar um cafezinho
    E encontrou um boiadeiro com quem foi falar
    E o boiadeiro tinha uma passagem e ia perder a viagem
    Mas João foi lhe salvar
    Dizia ele: – Estou indo pra Brasília
    Neste país lugar melhor não há
    .
    Estou precisando visitar a minha filha
    Então fico aqui e você vai no meu lugar.

    E João aceitou sua proposta e num ônibus entrou no Planalto Central
    Ele ficou bestificado com a cidade
    Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal.
    - Meu Deus, mas que cidade linda,

    No ano-novo eu começo a trabalhar.
    Cortar madeira, aprendiz de carpinteiro
    Ganhava três mil por mês em Taguatinga

    Na sexta-feira ia pra zona da cidade
    Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador
    E conhecia muita gente interessante
    Até um neto bastardo do seu bisavô:
    Um peruano que vivia na Bolívia
    E muitas coisas trazia de lá
    Seu nome era Pablo e ele dizia
    Que um negócio ele ia começar.

    E o Santo Cristo até a morte trabalhava
    Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar
    E ouvia às sete horas o noticiário
    Que sempre dizia que o seu ministro ia ajudar
    Mas ele não queria mais conversa e decidiu que,
    como Pablo, ele ia se virar
    Elaborou mais uma vez seu plano santo
    E, sem ser crucificado, a plantação foi começar.

    Logo logo os malucos da cidade souberam da novidade:
    - Tem bagulho bom ai!
    E João de Santo Cristo ficou rico
    E acabou com todos os traficantes dali.
    Fez amigos, freqüentava a Asa Norte
    E ia pra festa de rock, pra se libertar
    Mas de repente
    Sob uma má influência dos boyzinhos da cidade
    Começou a roubar.

    Já no primeiro roubo ele dançou
    E pro inferno ele foi pela primeira vez
    Violência e estupro do seu corpo
    - Vocês vão ver, eu vou pegar vocês.

    Agora o Santo Cristo era bandido
    Destemido e temido no Distrito Federal
    Não tinha nenhum medo de polícia
    Capitão ou traficante, playboy ou general.
    Foi quando conheceu uma menina
    E de todos os seus pecados ele se arrependeu.
    Maria Lúcia era uma menina linda
    E o coração dele
    Pra ela o Santo Cristo prometeu
    Ele dizia que queria se casar
    E carpinteiro ele voltou a ser
    - Maria Lúcia, pra sempre vou te amar
    E um filho com você eu quero ter.

    O tempo passa e um dia vem à porta um senhor de alta classe com dinheiro na mão
    E ele faz uma proposta indecorosa e diz que espera uma resposta.
    Uma resposta do João:
    - Não boto bomba em banca de jornal nem em colégio de criança
    Isso eu não faço não
    E não protejo general de dez estrelas, que fica atrás da mesa
    Com o cu na mão.
    E é melhor senhor sair da minha casa
    Nunca brinque com um Peixes com ascendente Escorpião.
    Mas antes de sair, com ódio no olhar, o velho disse:
    - Você perdeu sua vida, meu irmão.

    Você perdeu a sua vida meu irmão. Você perdeu a sua vida meu irmão
    Essas palavras vão entrar no coração
    E Eu vou sofrer as conseqüências como um cão.
    Não é que o Santo Cristo estava certo
    Seu futuro era incerto e ele não foi trabalhar
    Se embebedou e no meio da bebedeira descobriu que tinha outro
    Trabalhando em seu lugar
    Falou com Pablo que queria um parceiro
    E também tinha dinheiro e queria se armar
    Pablo trazia o contrabando da Bolívia e Santo Cristo revendia em Planaltina

    Mas acontece que um tal de Jeremias, traficante de renome,
    Apareceu por lá
    Ficou sabendo dos planos de Santo Cristo
    E decidiu que, com João ele ia acabar.
    Mas Pablo trouxe uma Winchester-22
    E Santo Cristo já sabia atirar
    E decidiu usar a arma só depois
    Que Jeremias começasse a brigar

    (O Jeremias, maconheiro sem-vergonha, organizou a Rockonha
    E fez todo mundo dançar)

    Desvirginava mocinhas inocentes
    E dizia que era crente mas não sabia rezar

    E Santo Cristo há muito não ia pra casa
    E a saudade começou a apertar
    - Eu vou embora, eu vou ver Maria Lúcia
    Já tá em tempo de a gente se casar.

    Chegando em casa então ele chorou
    E pro inferno ele foi pela segunda vez
    Com Maria Lúcia Jeremias se casou
    E um filho nela ele fez.

    Santo Cristo era só ódio por dentro e então o Jeremias pra um duelo ele chamou
    Amanhã às duas horas na Ceilândia, em frente ao lote 14, é pra lá que eu vou
    E você pode escolher as suas armas que eu acabo mesmo com você, seu porco traidor
    E mato também Maria Lúcia, aquela menina falsa pra quem jurei o meu amor

    Santo Cristo não sabia o que fazer
    Quando viu o repórter da televisão
    Que deu notícia do duelo na TV
    Dizendo a hora e o local e a razão

    No sábado então, às duas horas, todo o povo
    Sem demora foi lá só para assistir
    Um homem que atirava pelas costas e acertou o Santo Cristo
    E começou a sorrir.
    Sentindo o sangue na garganta,
    João olhou pras bandeirinhas e pro povo a aplaudir
    E olhou pro sorveteiro e pras câmeras e
    A gente da TV que filmava tudo ali.

    E se lembrou de quando era uma criança e de tudo o que vivera até ali
    E decidiu entrar de vez naquela dança
    - Se a via-crucis virou circo, estou aqui.

    E nisso o sol cegou seus olhos e então Maria Lúcia ele reconheceu
    Ela trazia a Winchester-22
    A arma que seu primo Pablo lhe deu

    - Jeremias, eu sou homem. coisa que você não é.
    E não atiro pelas costas não.
    Olha pra cá filha-da-puta, sem-vergonha
    Dá uma olhada no meu sangue
    E vem sentir o teu perdão.

    E Santo Cristo com a Winchester-22
    Deu cinco tiros no bandido traidor
    Maria Lúcia se arrependeu depois
    E morreu junto com João, seu protetor

    E o povo declarava que João de Santo Cristo era santo porque sabia morrer
    E a alta burguesia da cidade não acreditou na estória que eles viram na TV
    E João não conseguiu o que queria quando veio pra Brasília, com o diabo ter
    Ele queria era falar pro presidente
    Pra ajudar toda essa gente
    Que só faz sofrer.

    legiaourbana_brasiliaII

    O Legião Urbana – banda que virou símbolo do rock de Brasília - cantou a cidade em outras canções, como em “Eduardo e Mônica” (“…voltaram pra Brasília…”) e “Tédio” (…moramos na cidade, também o presidente…”). Em nenhuma, porém, com tantos detalhes como em “Faroeste Caboclo”.

    Para ouvir essas e outras músicas, acesse o site da banda, que é bastante interativo, com muitos itens postados pelos fãs, como esse ingresso do problemático show no estádio Mané Garrincha de Brasília em junho de 1988.


    FONTE:blogs.estadao.com.br/edmundo-leite

    segunda-feira, 19 de abril de 2010

    TIRADENTES : LIBERDADE, BRASIL LIVRE

    Líder da Inconfidência Mineira

    Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes)

    1746, Minas Gerais
    21/04/1792, Rio de Janeiro

    Da Redação
    Em São Paulo

    Reprodução

    Reprodução

    Ilustração de Tiradentes

    Líder da Inconfidência Mineira e primeiro mártir da Independência do Brasil, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, nasceu em Minas Gerais em 1746, filho do proprietário rural português Domingos da Silva Santos.

    Antes mesmo de freqüentar a escola, já havia aprendido a ler e escrever com a mãe. Órfão de mãe e pai desde a juventude, ficou sob a tutela de um tio até a maioridade, quando resolveu conhecer o Brasil. Já adulto, foi tropeiro, mascate e dentista (daí o apelido). Trabalhou em mineração e tentou a carreira militar, chegando ao posto de alferes no Regimento de Cavalaria Regular.

    Foi na tropa que Tiradentes entrou em contato com as idéias iluministas, que o entusiasmaram e inspirariam a Inconfidência Mineira, a primeira revolta no Brasil Colônia a manifestar claramente sua intenção de romper laços com Portugal, marcando o início do processo de emancipação política do Brasil.

    A revolta foi motivada ainda pela decisão da coroa de cobrar a derrama, uma dívida em atraso. A conspiração foi delatada por Joaquim Silvério dos Reis e todos os seus participantes foram presos.

    Sobre Tiradentes, recaiu a responsabilidade total pelo movimento, sendo o único conspirador condenado à morte. Enforcado em 21 de abril de 1792, teve seu corpo esquartejado. Seus membros foram espalhados pelo caminho que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. Sua cabeça foi exposta em Vila Rica.

    Com a morte de Tiradentes, o Estado português queria demonstrar uma punição exemplar para desencorajar qualquer revolta contra o regime colonial. Tiradentes tornou-se mártir da Independência e da República.

    FONTE: Com informações da Nova Enciclopédia Ilustrada Folha

    sábado, 17 de abril de 2010

    LÁGRIMAS DE CROCODILO

    Lágrimas de crocodilo

    Crocodilo
    Reprodução
    ESTA CURIOSIDADE É LEGAL, E MUITAS VEZES FICAMOS PERGUNTANDO COMO E ONDE SURGIU ESTA E OUTRAS.

    Elas realmente existem e surgem quando o crocodilo passa muito tempo fora da água, fazendo com que suas glândulas produzam uma secreção lacrimal para lubrificar seus olhos. Elas também podem aparecer quando no ato de mastigar sua presa o animal pressiona as glândulas lacrimais. Em ambos os casos, as lágrimas de crocodilo são o resultado de um processo biológico e não têm nada a ver com uma possível tristeza que o réptil estaria "sentindo" naquele momento. Com o passar dos anos, a sabedoria popular consagrou a expressão "lágrimas de crocodilo" como sinônimo de todo choro que parece fingido ou hipócrita.

    Editores do HowStuffWorks. "HowStuffWorks - 10 expressões populares animais". Publicado em 06 de abril de 2010 http://pessoas.hsw.uol.com.br/10-expressoes-animais6.htm (17 de abril de 2010)

    quarta-feira, 14 de abril de 2010

    CRESPÚSCULO: LÊ-LO OU NÃO LÊ-LO

    FONTE: www.folha.uol.com.br

    Pais e educadores colocam "Crepúsculo" em lista negra de bibliotecas nos EUA

    da Livraria da Folha

    Divulgação
    Stephenie Meyer presenteia os fãs com novo livro de  "Crepúsculo"
    Stephenie Meyer vai escrever um novo livro da saga "Crepúsculo"

    Siga  a Livraria da Folha no Twitter
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    Devido ao seu conteúdo sexual e trama sobrenatural, a saga vampiresca "Crepúsculo", de Stephenie Meyer, ocupa a quinta posição na lista dos livros que receberam mais reclamações de pais e educadores nos EUA em 2009, informou a agência de notícias Associated Press, nesta quarta-feira (14).

    O ranking anual é elaborado pela Associação Americana das Bibliotecas com base em queixas por escrito e solicitações para a retirada das obras de seus acervos.

    Conheça a nossa estante dedicada a "Crepúsculo"

    "Crepúsculo" parece seguir o mesmo caminho da série "Harry Potter", que também despertou críticas dos conservadores por explorar a temática da bruxaria.

    Grupos religiosos costumam patrulhar livros que abordam temas como nudez, palavrões e referências a drogas, violência e homossexualidade.


    Reprodução
    Atriz dos filmes originados pela série literária  "Crepúsculo" tira a roupa em defesa dos animais
    Atriz dos filmes originados pela série literária "Crepúsculo" tira a roupa em defesa dos animais

    terça-feira, 13 de abril de 2010

    QUEM ENSINA x QUEM APRENDE

    Professor e aluno - Quem ensina e quem aprende?

    Maria do Carmo Marques de Barros Torres *

    Penso que aprender e ensinar é, antes de qualquer coisa, uma relação humana de duas vias. E como tal merece toda a atenção.

    Enquanto ensinamos, temos realmente a oportunidade de aprender. Mas, aprender o quê se há a crença de ter muito mais conhecimento que o nosso aprendiz? O que, venhamos não é de todo uma mentira. É esperado e exigido de quem ensina, no mínimo, ter conhecimentos suficientes a serem transmitidos àquele que aprende.

    Mesmo assim, aprendemos com o nosso aprendiz questões que não são encontradas nos livros. São questões ligadas mais ao sensorial, ao emocional e ao afetivo, onde há a descoberta e redescoberta das duas partes da diferenciação crucial entre o escutar e o ouvir, entre o olhar e o enxergar.

    Aprender e Ensinar não são faculdades estanques, e há que se conscientizar que são partes de um longo processo sem limites, e que a cada horizonte chegado há sempre outro à espera, e aí está a graça da relação.

    Quando houver trocas sem a preocupação com os títulos, mas com buscas incansáveis do novo, sem medo do desconhecido e com o reconhecimento humilde de que aquele que aprende ao mesmo tempo ensina e aquele que ensina também aprende, estimulando as duas vias numa busca de possibilidades para a transformação do conhecimento em saber.

    Saber este que nos faz sentir vivos e prontos a nos relacionarmos conosco e com o outro.


    segunda-feira, 12 de abril de 2010

    PORTUGÊS BRASILEIRO - PESQUISA

    Linguista gasta 50 anos em pesquisas sobre o português falado no Brasil

    da Livraria da Folha

    Divulgação
    Professor realizou pesquisas durante 50 anos sobre a língua
    Professor realizou pesquisas durante 50 anos sobre a língua

    Cinquenta anos de pesquisas para esclarecer as dúvidas pertinentes na língua falada pelos brasileiros. Esse foi o tempo que o professor titular da USP, pesquisador do CNPq e consultor do Museu da Língua Portuguesa, Ataliba Teixeira de Castilho, levou para reunir seus estudos sobre a gramática portuguesa. O linguista também foi professor titular da Unicamp e da Unesp.

    Em "Nova Gramática do Português Brasileiro" (Editora Contexto, 2010), o linguista não detalha a gramática convencional, mas a do português falado por quase 200 milhões de brasileiros

    O volume vai além das classificações gramaticais. O autor procura revelar a língua e não somente a gramática regida por regras. Por meio de dois textos articulados, um expositivo e outro indagativo, o leitor compreende quais são as estruturas do português. Na exposição, o professor interpreta os meios da ciência atual. Nas indagações, a voz é direcionada para os leitores, com perguntas que poderiam ser formuladas por eles.

    Em livros convencionais de estudo da língua portuguesa, as descrições começam pela fonética, passam pela morfologia e perdem o fôlego e o sentido na sintaxe. Neste exemplar, Castilho identifica os processos criativos do português brasileiro, e permite que o leitor atinja a linguagem mental, rica em significados e sentidos, não somente em normas. O linguista toma a leitura de textos como início para o processo.

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    Leia mais

    ARIANO SUSSSUNA E O FORRÓ ATUAL

    CRÍTICA DE ARIANO SUASSUNA SOBRE O FORRÓ ATUAL

    'Tem rapariga aí? Se tem levante a mão!'. A maioria, as moças, levanta a mão.

    Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito
    jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não,
    e todas bandas do gênero). As outras são 'gaia', 'cabaré', e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

    O secretário de cultura Ariano Suassuna foi bastante criticado, numa aula-espetáculo, no ano passado, por ter malhado uma música da Banda Calipso, que ele achava (deve continuar achando, claro) de mau gosto.
    Vai daí que mostraram a ele algumas letras das bandas de 'forró', e Ariano exclamou: 'Eita que é pior do que eu pensava'. Do que ele, e muito mais gente jamais imaginou.

    Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas.. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua
    (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em
    putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

    Porém o culpado desta 'desculhambação' não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de 'forró', parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

    Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em popa.
    Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem 'rapariga na platéia', alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é 'É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!', alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

    Ariano Suassuna

    Realmente, alguma coisa está muito errada com esse nosso país, quando se levanta a mão pra se vangloriar que é rapariga, cachorra, raparigueiro, cachaceiro, que gosta de puteiro, aonda vamos parar? como podemos querer pessoas sérias, competentes? e não pensem que uma coisa não tem a ver com a outra não, pq tem e muito! E como as mulheres querem respeito como havia antigamente? Se hoje elas pedem 'ferro', 'quero logo 3', 'lapada na rachada'? Os homens vão e atendem. Vamos passar essa mensagem adiante, as pessoas não podem continuar gritando e vibrando por serem putas e raparigueiros não. Reflitam bem sobre isso, eu sei que gosto é gosto... Mas, pensem direitinho se querem continuar gostando desse tipo de 'forró' ou qualquer outro tipo de ruído, ou se querem ser alguém de respeito na vida!


    Raimundo Holanda

    Psicólogo

    (85) 99739781

    "Sentimos a dor mas não a sua ausência."

    Arthur Schopenhauer


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    LETRA LEGÍVEL COMO FAZER PARA MELHORAR

    Assim não dá! Abrir mão da letra cursiva e da legibilidade

    Bruna Nicolielo (bruna.nicolielo@abril.com.br).

    Com reportagem de Tatiana Pinheiro

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    Muitos professores, cansados de se esforçar para entender a letra de alguns alunos, sobretudo a cursiva, acabam por pedir que a turma escreva com letra de fôrma. O problema da falta de legibilidade pode começar a ser atacado já no fim do 1º ano do Ensino Fundamental. Nessa fase, vários alunos já são alfabéticos e podem aprender a escrever com a letra de mão, com a qual não estão familiarizados. Um dos caminhos é começar pela escrita do nome e do sobrenome do aluno. Vale organizar também atividades que envolvam a redação de cartas, afinal escrevê-las pressupõe a existência de um leitor que deverá entender o texto.

    O importante nesse aprendizado, que segue pelo 3º e 4º ano, não é só a conquista de uma letra legível mas também a aquisição de rapidez na escrita. O objetivo - e isso deve ser exposto aos pequenos - é aprender outra forma de escrever para ganhar agilidade nas anotações. Além disso, a letra cursiva tem lugar fora da escola. Mas alguns estudantes precisam de ajuda para grafar determinadas letras e suas junções na forma cursiva, como é o caso do do "vr" e do "h". Eles deverão se exercitar, mas esse treino não precisa tomar a página toda de um caderno, seja ele de caligrafia ou não.

    Essa habilidade não é inata e, às vezes, o professor deverá mostrar como se faz. Assim que as crianças conquistam a escrita alfabética, passam a querer escrever com a letra cursiva. Com algum treino, em pouco tempo, todas aprendem o traçado.

    FONTE: http://revistaescola.abril.uol.com.br/

    Consultoria Marisa Garcia, doutora em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e consultora da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

    FILHO USANDO DROGAS : O QUE FAZER

    O BLOG EDUCANDO ABRE MAIS UMA VEZ O ESPAÇO PARA O DEBATE : FILHOS x DROGAS.
    COM A PALAVRA O DR. IÇAMI TIBA.

    ( VEJA MAIS ACESSANO OS LINK ABAIXO )

    A pergunta da internauta Rosana, de Porto Alegre, é a mais comum no consultório do psiquiatra e educador Içami Tiba. O colunista do UOL Educação pede que os pais tenham atenção para uma coisa: essa fase é de mudanças. "Mamães assustadas costumam ver drogas em todos os lugares", diz. Por isso, é importante se informar sobre o comportamento de usuários de drogas. Ele também chama a atenção para a falta de limite na educação dos filhos. O especialista responde a perguntas dos internautas semanalmente. Deixe sua dúvida neste grupo de discussão. O terapeuta publica ainda uma coluna destinada a pais e professores a cada quinze dias. Leia.

    FONTE: www.uol.educaçao.com.br

    PREMIAÇÃO FALSA ( É SÓ O QUE TEM )

    12/04/2010 - 07h27

    Golpe usa nome do MEC para premiar escolas; assista

    da Reportagem Local

    Hoje na Folha Um obscuro instituto da Grande São Paulo vende, por cerca de R$ 2.000, um "prêmio" educacional com falso aval do Ministério da Educação. Anualmente, 150 escolas, supletivos e faculdades compram o direito de ser premiadas como as "melhores instituições de ensino do Brasil", à revelia do ministério. Tal ranking, na verdade, não existe.

    É o que informa reportagem de Ricardo Gallo publicada nesta segunda-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL). O MEC pedirá que a Polícia Federal investigue o caso.

    Entre as premiadas, estão faculdades reprovadas pelo MEC, além de colégios mal classificados no Enem, exame que avalia o ensino médio. Instituições que recebem o prêmio disseram não saber que não havia aval do Ministério da Educação.

    A premiação existe desde 2005. Luís Renato Nogueira, dono do Instituto Brasileiro de Pesquisa de Qualidade Gomes Pimentel, admitiu que usa dados não oficiais e disse que cobra só convites adicionais para o evento do prêmio.

    O ministério pedirá para a Polícia Federal investigar o caso e tomará as "providências
    judiciais cabíveis". Por meio da assessoria de imprensa, o ministro Fernando Haddad se disse perplexo. O MEC disse que fará campanha para divulgar em todo o Brasil índices oficiais, de modo a evitar o uso indevido de dados federais.


    POSSO ESTAR ENGANADO, MAS ACHO QUE TEM INSTITUIÇÃO DE ENSINO NO CARIRI QUE GANHOU ESTE PRÊMIO, E O PIOR É QUE FEZ A MAIOR FESTA, FOI OUTDOOR EM TODA ESQUINA. PARECE-ME QUE TEM ATÉ FACULDADE NO CARIRI QUE RECEBEU ESTE PRÊMIO.

    FONTE: www.folha.uol.com.br

    sexta-feira, 9 de abril de 2010

    INOVAR É PRECISO

    Inovação na escola será tema de Congresso em SP

    Cerca de 60 palestrantes do Brasil e exterior participam do evento, que inclui Feira


    Paulo Saldaña - Especial para o Estadão.edu

    Como inovar na educação? Essa é uma pergunta que cerca de 60 palestrantes do Brasil e exterior tentarão responder no 17º Congresso Internacional de Educação, que ocorre entre os dias 12 e 15 de maio em São Paulo. Considerado um dos maiores eventos educacionais do País, o Congresso se propõe a debater neste ano alguns dos desafios enfrentados nas escolas neste novo milênio: o uso da tecnologia, inclusão digital, ferramentas como jogos, a avaliação de competências e tantos outros temas ainda estranhos à maioria das instituições.

    Serão mais de 60 encontros, entre conferências e debates, cuja proposta central é "os limites e horizontes da inovação". Direcionado a educadores e profissionais da educação, haverá mesas temáricas sobre conteúdos programáticos, formação de professores e gestão escolar.

    TV Estadão: Quais são os desafios para aliar tecnologia à educação?

    "Procuramos montar uma programação que alie a questão prática a uma visão de encantamento, sem a qual é impossível fazer uma escola", afirma um dos coordenadores do congresso, Marcos Mello. Em estimativa preliminar, calcula-se que o congresso receba entre 2 mil a 4 mil vistantes. "É um evento que visa receber desde o dono de escola ao profissional do meio acadêmico, o que será estimulante para todos." Paralelo aos encontros, ocorre a Feira Educar, que contará com cerca de 60 empresas expositoras de produtos e serviços.

    O novo modelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), terror dos vestibulandos em 2009, ganhará um debate - educadoras de peso compõe a mesa, como a ex-relatorea das diretrizes nacionais do ensino médio Guiomar Namo de Mello e a ex-secretária de Educação do Estado de São Paulo Maria Helena Guimarães.

    Mello chama a atenção para as palestras de dois europeus: o francês Marc Giget, fundador do Instituto Europeu de Estratégias Criativas e de Inovação e considerado o maior especialista no assunto na Europa, e o finlandês Reijo Laukkanen, membro do Conselho Nacional de Educação da Finlândia. Laukkanen contará, entre outras coisas, porque seu país tem o mais invejado sistema educacional do mundo.

    Por enquanto, os estrangeiros não estão entre os palestrantes mais procurados. Os campeões de inscrições até agora são o téncico de volley Bernardinho e o ex-secretário da Educação e escritor de vários best-sellers, vereador Gabriel Chalita. Informações e inscrições pelo telefone (41) 3033-8100 ou pelo site http://www.educador.com.br/.

    UECE - CONCURSO PODE SER SUSPENSO

    Professor substituto

    MP pede suspensão de concurso da Uece

    Mal teve suas inscrições encerradas no último dia 6, o processo seletivo para a escolha de 127 professores substitutos da Universidade Estadual do Ceará (Uece) corre o risco de não acontecer. O Ministério Público Estadual solicitou, na Justiça, a imediata suspensão da escolha dos educadores.


    Protocolado na 7ª Vara da Fazenda Pública, o processo, se aceito, barra o preenchimento de 69 vagas em Fortaleza e 58 no Interior. O argumento principal utilizado pelo órgão é de que a Uece já sofre com a defasagem de efetivos. Logo, o mais coerente seria a realização de concurso público para acabar com essa carência.

    Segundo o MP, são necessários 222 novos profissionais para a defasagem de servidores de carreira ser quitada. ``Temos documentação do próprio reitor admitindo isso. A função do magistério não pode ter esse caráter de excepcionalidade. Professor temporário não deve existir``, pontua a promotora de Justiça Elizabeth Almeida.

    Caso não consiga a suspensão imediata da seleção, ela defende que, depois de finalizada, a escolha seja considerada nula. A ideia é forçar o Governo a realizar concurso público para efetivos no ensino superior. Por ora, não há previsão de realização de certames para a contratação de efetivos.

    O vice-reitor da Uece, Antônio de Oliveira Gomes, admitiu a carência de 222 profissionais. Contudo, preferiu não comentar a ação do MP. Ponderou apenas que a demanda citada ``não é de imediato``. Os 222 educadores devem ser contratados até 2012. E viriam para ocupar cadeiras de aposentados e vagas exigidas pela reformulação do currículo de alguns cursos.

    Sobre o concurso para os 127 substitutos, Neto informou que nem todos classificados ocuparão postos de efetivos. ``Tem substituto saindo para fazer mestrado fora; outros entrando em licença-maternidade; outros com afastamento para tratamento de saúde. Boa parte dos novos vem para preencher esses espaços``, sublinhou. (Bruno de Castro)

    E-MAIS

    > A primeira fase eliminatória do concurso deve começar em dez dias.

    > Não há previsão de quando a 7ª Vara da Fazenda Pública deve emitir parecer sobre o pedido do Ministério Público.

    > Por isso, a solicitação de nulidade, caso a seleção de fato comece em dez dias.

    > Atualmente, a Uece tem 886 professores efetivos; 149 professores temporários (substitutos) e quatro visitantes.

    > Em todo o ensino superior do Estado, são aproximadamente dois mil educadores.

    > Além da Uece, compõem a rede de ensino superior do Ceará a Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e a Universidade Regional do Cariri (Urca).

    > Só na educação básica do Estado, são 46 mil professores, entre aposentados, pensionistas, ativos e temporários.