Plínio diz que perpetuação da pobreza está relacionada à qualidade do ensino público
Da Agência Brasil
O candidato do P-SOL à Presidência da República, Plínio Sampaio, disse segunda-feira (16) na gravação do programa 3 a 1 da TV Brasil que, caso eleito, pretende aumentar o repasse de recursos para melhorar a qualidade da rede pública de ensino e impedirá que as escolas privadas sejam lucrativas. O programa vai ao ar hoje (18) às 22 horas.
Para o candidato socialista, a diferença de qualidade entre as escolas públicas e as particulares é um dos motivos para a “perpetuação da pobreza” no país. Ele alega que uma criança que frequenta a rede pública tem menos chance de obter uma boa colocação no mercado de trabalho quando comparada com uma que estuda numa instituição privada.
“O que eu quero tirar é o serviço de instruir como se fosse mercadoria. Isso é que gera as escolas que são fábricas de diploma. Ninguém pode ficar rico educando criança”, afirmou.
Outra proposta de Plínio é estatizar todos os hospitais e clínicas particulares como forma de garantir o acesso universal ao atendimento médico.
Sobre reforma agrária – principal bandeira de sua campanha -, o presidenciável do P-SOL defende que as propriedades rurais sejam limitadas a 1 mil hectares e controlada pelos trabalhadores. Ele disse que se a reforma não for feita o país corre o risco de enfrentar conflitos armados no campo. Sob o comando dos lavradores, Plínio garante que o Brasil aumentará a produção de alimentos para o consumo interno e para a exportação. “Se você fizer a reforma agrária, quem vai mandar é o trabalhador. Vamos exportar alimento adoidado, mais do que soja e cana”, afirmou.
Plínio Sampaio, que foi um dos articuladores do plano de reforma agrária do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, fez críticas aos governos de Lula e de Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, os dois presidentes favoreceram o acúmulo de capital da classe rica em detrimento do bem-estar da massa trabalhadora.
Ao responder a pergunta de uma telespectadora sobre redução de impostos, o candidato propôs uma diminuição dos tributos que incidem sobre os produtos para impedir que as classes ricas e pobres paguem o mesmo valor. “Você hoje paga o mesmo imposto que o Eike Batista [dono de uma mineradora e considerado um dos homens mais ricos do Brasil]”, disse.
O presidenciável assumiu o compromisso de, se eleito, “arrebentar” com a especulação imobiliária, impedindo que os imóveis fiquem desocupados com o intuito de ganhar mais valor de mercado e propõe, inclusive, instituir o aluguel compulsório caso alguém mantenha esse tipo de especulação.“Ninguém pode segurar um terreno, uma casa para esperar valorização”, afirmou.
Durante a entrevista, Plínio, que tem 80 anos de idade, contou como tem sido a relação com o eleitorado jovem. Ele informou que todas as noites responde a perguntas da juventude pela rede social do Twitter. “O que mais me encanta é que a garotada foi com a minha cara. Os velhos, acho que me veem com simpatia, porque sou da geração deles”, disse.
Perguntado se apoiaria a candidata do PT, Dilma Rousseff, ou do PSDB, José Serra, em um eventual segundo turno das eleições, Plínio preferiu não tomar posição é afirmou que o “jogo só termina quando acaba”. A petista e o tucano são os dois primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto. Plínio aparece com menos de 1% da preferência do eleitorado.
O presidenciável foi entrevistado pelo colunista do jornal Correio Braziliense, Luiz Carlos Azêdo, pela diretora-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), jornalista Tereza Cruvinel, e pelo jornalista da TV Brasil, Eudes Junior.
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