terça-feira, 6 de julho de 2010

SARAMAGO: HOMENAGEM DA PLAYBOY

Cultura

Playboy

por Veronica Schneider, redação ONNE


Revista homenageia Saramago com capa polêmica


Playboy, edição de Julho/2010 (Foto: Reprodução)

São Paulo, julho de 2010
A revista Playboy de Portugal promete criar muita polêmica em sua edição de julho. Para homenagear José Saramago, falecido em 18 de junho desse ano, a publicação fez um ensaio em alusão ao livro O Evagelho Segundo Jesus Cristo (1991). A capa, mundialmente comentada, é muito diferente das tradicionais e não traz nenhuma mulher famosa, mas sim a imagem de Jesus Cristo ao lado de uma modelo nua.

A edição portuguesa ainda traz uma entrevista com o escritor, originalmente publicada na Playboy Brasil, em 1995. Saramago sempre foi polêmico e criticado quando o assunto é religião. Sua oposição ao catolicismo começou a ser exposta em 1991, com o livro que serviu como referência para a revista.

O escritor nunca temeu em expressar livremente seu pensamento. Em passagem por Roma, Itália, em outubro de 2009, o escritor chamou o atual Papa, Bento XVI, de "cínico", afirmando que o único modo de combater a "insolência reacionária" da Igreja Católica é utilizando a "insolência da inteligência viva", dos intelectuais.

Saramago acreditava que, como o Fascismo, a Igreja não se importa com o destino das almas, mas sim com o controle de seus corpos. “Não podemos permitir que a verdade seja ofendida todos os dias por supostos representantes de Deus na Terra, os quais, na verdade, só têm interesse no poder”, disse em uma de suas declarações.

Assim como grande parte dos países europeus, Portugal atualmente é uma das nações que mais quebra tabus da atualidade. Já aprovou a lei que permite o aborto e ainda luta pela liberação do casamento entre homossexuais. Apesar disso, 85% da população ainda se declara católica, o que deve gerar a desaprovação da capa da Playboy desse mês.

(Foto: Reprodução)

O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991)


"O filho de José e de Maria nasceu como todos os filhos dos homens, sujo de sangue de sua mãe, viscoso das suas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo e único motivo." Todos conhecem a história do filho de José e Maria, mas nesta narrativa ela ganha tanta beleza e tanta pungência que é como se estivesse sendo contada pela primeira vez. Nas palavras de José Paulo Paes: "Interessado menos na onipotência do divino que na frágil mas tenaz resistência do humano, a arte magistral de Saramago excele no dar corpo às preliminares e à culminância do drama da Paixão".

fonte:www.msn.onne.com.br

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