quarta-feira, 18 de novembro de 2009

EDUCOMUNICAÇÃO: O QUE É ISTO


USP aprova curso de graduação inédito no Brasil

Licenciatura em educomunicação será oferecida no vestibular do ano que vem

Amanda Polato e Rafael Sampaio, do R7

A USP aprovou a criação de um curso de graduação inédito no Brasil, que será oferecido a partir de 2011. Chamado de licenciatura em educomunicação, ele vai ter 30 vagas no período noturno e estará disponível para candidatos já no vestibular do ano que vem.


O objetivo do curso é formar profissionais para atuar ao mesmo tempo no campo da comunicação e da pedagogia, tanto em escolas de nível fundamental e médio quanto em universidades e ONGs. Os graduados poderão, ainda, trabalhar em jornais e outros veículos de comunicação voltados para a infância e juventude.

Segundo Ismar de Oliveira Soares, professor da ECA-USP (Escola de Comunicação e Artes) e um dos idealizadores do curso, há muitas possibilidades para os futuros formandos:

— O mercado de trabalho na área de comunicação, em áreas tradicionais, como jornalismo, relações públicas e publicidade, está saturado. Mas o educomunicador terá uma perspectiva bem mais aberta. A aposta da USP nisso é que as escolas e organizações não-governamentais também considerem o tema [da comunicação].

Atualmente, cerca de 500 colégios da rede municipal de São Paulo adotam a educomunicação, principalmente usando o rádio. Os alunos criam programas, selecionam músicas, preparam e divulgam notícias através de rádios de baixa frequência nos colégios, tudo com supervisão de educomunicadores.

A formação destes profissionais é feita pela própria Secretaria Municipal de Educação. Com o novo curso, eles poderão sair da USP já graduados para atuar nas escolas.

Colégios particulares como o Vértice, primeiro colocado no Enem, também oferecem aulas específicas para comunicação. Os alunos aprendem fotografia e leitura da imprensa, informa o diretor da escola, Adilson Garcia:

- Temos aulas de interpretação, em que os alunos aprendem a fazer leitura crítica da mídia. Acho muito interessante que a USP ofereça esse curso, porque ele abre uma nova área. As pessoas têm que entender que carreiras tradicionais, como engenharia, estão saturadas de profissionais. Os alunos, aqui, desde pequenos são ensinados a lidar com comunicação.

Sobre o novo curso

O curso de licenciatura em educomunicação foi aprovado nesta terça-feira (17) pelo Conselho Universitário da USP. As aulas serão dadas na ECA-USP e na Faculdade de Educação da universidade.

A graduação estava sendo planejada há 15 anos, informa Soares. Ele relata que já havia cursos de extensão e pós-graduação na área pelo país, mas não uma graduação:

— A USP teve a coragem de ser a primeira universidade no Brasil a abrir esse curso, que vai tratar da educomunicação em profundidade.

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) permite que escolas adotem matérias específicas sobre comunicação e imprensa. A proposta destas disciplinas, no geral, é que os alunos aprendam a produzir conteúdo através de rádio, jornal, vídeo, internet e fotografia, entre outros meios de comunicação. Também há disciplinas de análise crítica da mídia.

O educomunicador seria o professor mais capacitado para conduzir ou coordenar essas aulas.

Como será o currículo do curso

No primeiro ano do curso, os alunos vão ter mais aulas teóricas, para aprender a ler a mídia atual de forma crítica. Matérias mais ligadas à pedagogia, como didática, serão dadas na Faculdade de Educação.

A universidade não deve contratar nenhum professor a mais para a nova graduação, em um primeiro momento. De acordo com o professor Soares, o departamento de Comunicação e Artes da ECA, que ele chefia, já tem 19 professores habilitados para o curso.

Os laboratórios de multimeios, necessários para o curso (com computadores e programas específicos), já estão previstos no orçamento da universidade e devem ficar prontos em 2012.

FONTE: R7.com.br

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