Autonomia escolar contribui para eficácia do sistema de ensino, aponta estudo
Pesquisa feita na rede pública de Nova York foi lançada em São Paulo.
Objetivo é que trabalho sirva de inspiração para governos locais.
Fernanda Calgaro Do G1, em São Paulo
Dar mais autonomia para as escolas, aproximar os pais do dia a dia dos alunos e recrutar universitários para suprir a falta de professores foram algumas das medidas adotadas pela cidade americana de Nova York na tentativa de elevar os resultados dos seus alunos na rede pública de ensino. A implantação dessas medidas refletiu, por exemplo, na elevação do desempenho dos estudantes em provas de matemática: em 2009, 82% dos estudantes atingiram padrões considerados adequados, ante 57% em 2006.
As ações implementadas em Nova York para reformar o sistema educacional local foram reunidas em um estudo, divulgado nesta segunda-feira (3), em São Paulo, com o propósito de servir de inspiração para as diversas esferas governamentais do Brasil.
“O sistema de ensino brasileiro é muito disfuncional. É preciso que seja desburocratizado. As diretorias de ensino, geralmente, pouco acompanham a vida das suas escolas. Quando visitam a escola, vão tomar cafezinho com o diretor. Não entram na sala de aula para acompanhar diretamente o trabalho do professor”, afirmou Norman Gall, diretor executivo do Instituto Fernand Braudel e co-autor do estudo, intitulado “A Reforma Educacional de Nova York: Possibilidades para o Brasil”.
“A reforma deve ser bastante abrangente para ter resultado”, concorda Chris Cerf, subsecretário de Educação de Nova York, presente ao evento de lançamento. “Se o argumento moral de que a educação pública deve prover igualdade de oportunidades não for convincente, os países devem levar em consideração que, se quiserem ser bem sucedidos, precisarão investir em capital humano, como fizeram Cingapura e Finlândia. A economia atual é baseada em conhecimento e tecnologia.”
O trabalho, que é resultado de uma pesquisa de campo realizada no período de dois anos pelo instituto e pela Fundação Itaú Social, deixa algumas recomendações para obter bons resultados nos bancos escolares.
Algumas delas são a adoção de uma “auditoria” externa do sistema para elaborar uma visão estratégica do que deve ser feito; maior autonomia para as escolas; ampliação da permanência dos estudantes nas escolas; e a tomada de ações que garantam a efetiva segurança nas escolas.
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