quinta-feira, 8 de abril de 2010

NÃO TEM SEGREDO "INVESTIR EM EDUCAÇÃO É O CAMINHO"

Investimento público em ensino é fundamental, reforça economista da FGV

Alana Gandra
Da Agência Brasil
No Rio de Janeiro

O chefe do CPS (Centro de Políticas Sociais) do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), economista Marcelo Néri, considera importantes as ações de responsabilidade social corporativa e das organizações não governamentais voltadas à juventude. No entanto, enfatiza que o futuro dos jovens brasileiros depende muito da quantidade e, principalmente, da qualidade dos investimentos públicos.

Ele participa na tarde de hoje (8) do painel que vai debater o perfil do jovem no Brasil em 2020, durante o 6º Congresso Gife sobre Investimento Social Privado, que ocorre no Rio de Janeiro até amanhã (9). Segundo Néri, mais de 97% das crianças e jovens entre 7 e 15 anos no país estão na escola e 90% estão em instituições de ensino públicas, “que são muito piores do que as privadas”.

Nas escolas públicas, em uma escala de zero a dez, a nota média do aprendizado é 3,6, e nas privadas, 6. A média brasileira é 3,8, informa Néri. A meta estabelecida pela sociedade e pelo Ministério da Educação é alcançar nota 6 - média dos países da OCDE (Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) – nas instituições públicas de ensino do Brasil até 2020.

“É um desafio grande. Acho que a gente não sabe a resposta para isso ainda. Não dá para ser otimista pelo passado histórico que temos de não avançar na questão da educação, principalmente a qualidade da educação”, afirma. O futuro dos jovens depende da capacidade dos brasileiros de atingir essa meta, reiterou o economista. “Essa é a grande agenda da próxima década”.

Néri diz não ter visto nos discursos dos candidatos à Presidência da República, até agora, nenhuma manifestação a esse respeito. Um grande desafio para o futuro é colocar os jovens no ensino médio, além de melhorar a qualidade dos serviços de educação prestados, acrescenta o economista.

“A agenda da próxima década é a da qualidade da educação. É o primeiro passo para mudar alguma coisa. O segundo passo é saber para onde você quer ir”, observa Néri. Para ele, o fato de haver metas pode ajudar nesse processo, embora não seja suficiente para fazer uma revolução no ensino.

FONTE: www.educacao.uol.com.br

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