Pesquisa internacional mostra que diretores das escolas brasileiras têm menos autonomia
Apenas 26,6% dos professores brasileiros estão em escolas em que os diretores têm autonomia para contratação de pessoal. O percentual é menor quando se trata da demissão: somente 25,4% dos docentes estão em escolas cujos diretores têm esse poder.
As constatações são da pesquisa Talis (Teaching and Learning International Survey), realizada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). No Brasil, o estudo foi coordenado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
A autonomia em relação ao orçamento escolar é um pouco maior, 57,2%, mas ainda fica abaixo da média internacional da Talis, que é de 75,3%. No estabelecimento de procedimentos disciplinares, o Brasil apresenta um percentual de 93,2, próximo a média da Talis, 95,0%.
A pesquisa foi realizada por amostragem, nos anos de 2007 e 2008, em 24 países: Austrália, Áustria, Bélgica (Comunidade Flamenga), Brasil, Bulgária, Dinamarca, Eslovênia, Estônia, Holanda, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Coréia, Lituânia, Malta, Malásia, México, Noruega, Polônia, Portugal e Turquia.
No caso do Brasil, a amostra foi composta por 400 escolas, sendo que nas bases de dados internacionais foram consideradas 380 escolas e 5.834 professores.
O estudo ainda mostrou que as mulheres ocupam mais cargos de direção nas escolas e os contratos de trabalho são menos estáveis no país.
A Talis foi a primeira pesquisa internacional a levantar dados sobre o ambiente de aprendizagem e as condições de trabalho que as escolas oferecem aos professores. Foram coletadas informações sobre liderança escolar, avaliação dos professores e feedback, desenvolvimento profissional e atitudes, crenças e práticas educacionais dos professores das séries/ anos finais do ensino fundamental (5ª a 8ª série ou 6º ao 9º ano) e dos diretores das escolas da amostra.
Outras questões abordadas pela pesquisa foram o tamanho das turmas, proporção de professores em relação ao pessoal administrativo e proporção de professores em relação a pessoal de apoio pedagógico.
* Com informações da Assessoria de Imprensa do Inep
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