terça-feira, 28 de abril de 2009

COMO DERRUBAR O MURO DE UMA ESCOLA ?

Na melhor escola pública do Enem 2008, os portões ficam destrancados e não há inspetor

Ana Okada
Em São Paulo
A escola pública que obteve o melhor desempenho no Enem 2008 não tem portão trancado nem inspetor. Segundo a diretora, Eunice Bitencourt Bohnenberger, do Coluni (Colegio de Aplicacao da Universidade Federal de Viçosa), em Minas Gerais, na escola não há problemas de indisciplina e o índice de reprovação é muito baixo.

Em 2008, dos 160 alunos do terceiro ano, apenas quatro não passaram. "Nossa escola é bem diferente: aqui, o aluno é livre, mas tambem é responsável; por isso, eles não ficam matando aula", conta a diretora.

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O bom desempenho não é novidade no colégio, que já esteve no primeiro e no segundo lugar em 2006 e 2007, respectivamente. "O resultado já era esperado porque já sabíamos que eles tinham ido bem no Enem. O segredo do resultado é o trabalho e a dedicação de todos", afirma Eunice.

O trabalho dos profissionais e alguns de fatores fazem do Coluni uma exceção entre as escolas públicas: ele está situado no campus de uma universidade; cerca de 80% dos alunos ingressantes vêm de outras cidades e têm que morar em repúblicas ou pensionatos; e a escola tem laboratórios e faz regularmente aulas em campo.

Professor valorizado

Além disso, os professores trabalham em regime de dedicação exclusiva e estão sempre fazendo treinamentos. "Dos 27 professores que temos, 5 estão pedindo licença para fazer doutorado, 1 mestrado e 1 pós-doutorado. Essas condições fazem a diferença; só do professor ter essa tranquilidade já é um diferencial", afirma Eunice.

Para ingressar no Coluni, os estudantes passam por dois dias de exames, sendo o primeiro composto por testes que abrangem português, matemática, ciências, história e geografia; e o segundo, por questões discursivas e uma redação. Entram 150 estudantes por ano, e o exame de 2009 teve 9,84 candidatos por vaga. No final do terceiro ano, o colégio tem índice de 80% de aprovação em faculdades públicas: "eles não prestam para faucldades particulares, todos querem públicas e são bem sucedidos", conclui a diretora.

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