sexta-feira, 17 de abril de 2009

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04/2009 - 08h42

Universidade Federal da Bahia deve ser primeira a substituir vestibular por novo Enem

Heliana Frazão
Especial para o UOL Educação
Em Salvador

A UFBA (Universidade Federal da Bahia) deve largar na frente, sendo uma das primeiras instituições federais do país a substituir o vestibular pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como instrumento de seleção de novos alunos.

A mudança passará a valer para o ingresso na instituição já em 2010, quando aproximadamente 1.300 estudantes deverão deixar de prestar o concurso vestibular, fazendo valer o seu desempenho no Enem.

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Nesta semana o reitor da UFBA, Naomar Almeida, sinalizou a implantação do novo sistema, após reunir-se com integrantes do Consepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) da UFBA - formado por 48 membros, entre representantes de cursos, pró-reitores, servidores e lideranças estudantis - e o diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep (Instituto Nacional de Estudo e Pesquisa Educacional Anísio Texeira), Héliton Ribeiro Tavares.

O Conselho tem prazo de 15 dias para enviar seu posicionamento ao MEC. "Me parece que ficou tudo bem encaminhado", afirma.

Universidade nova

Inicialmente a inovação abrangerá apenas os quatro cursos BI (Bacharelados Interdisciplinares) já implantados na universidade baiana. No que diz respeito às graduações consideradas tradicionais, como direito e medicina, a mudança se dará apenas a partir do ano seguinte, 2011.

Naomar de Almeida explicou que a opção por esses cursos deveu-se ao fato de que, diferentemente dos cursos tradicionais, eles prescindem de segunda fase do concurso.

Os BIs estão divididos em quatro áreas do conhecimento: artes, humanidades, ciência e tecnologia e saúde. Têm duração de três anos e caráter não-profissional. Somente após concluir essa etapa o aluno deverá fazer a opção por um curso que lhe proporcione uma formação definitiva. Após estes três anos, conforme Naomar, o aluno obtém uma certificação intermediária, que lhe faculta o direito de concorrer, por exemplo, a uma vaga de concurso público de nível superior. "Esse sistema não é nenhuma novidade, já funciona nos Estados Unidos há cerca de 100 anos", observa.

O novo desenho, defende o reitor da UFBA, facilita ao aluno migrar para outro curso. "No modelo atual, ele não pode mudar, a menos que preste um novo vestibular", exemplifica.

De alguma forma, diz ele, os primeiros alunos que ingressam este ano na UFBA para os BIs, um grupo que ultrapassa mil estudantes, já passaram por uma seleção similar, a partir do Enem. "O que vamos fazer agora é formalizar a implementação do novo modelo", diz, frisando que, na reunião desta semana, o Consepe mostrou-se bastante inclinado a aprovar a inovação.

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Outra grande vantagem na opinião dele é a mobilidade que o modelo representa para os estudantes, que poderão concorrer a vagas em outras regiões do país sem precisar se deslocar de Salvador.

"A possibilidade de estudantes concorrerem em qualquer faculdade vai obrigar escolas e cursinhos a melhorarem a qualidade de ensino de um modo geral, pondo fim à metodologia da decoreba. Formará universitários mais empenhados na busca pela intelectualidade", acredita.

A mudança já sensibilizou outras lideranças estudantis na Bahia como o diretor da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), Herbert Brito, que considera a proposta de unificação dos processos seletivos de ingresso nas universidades federais, usando o Enem, bastante positiva. "Entendemos que o vestibular, nos moldes atuais, é excludente", opina. O Pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Uneb (Universidade Estadual da Bahia), professor Wilson Matos também entende a mudança como importante para ampliar a democratização do ensino superior no Brasil.

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